Blog do Ronaldo Evangelista

Arquivo : setembro 2011

Leo Cavalcanti indica cinco discos
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Ronaldo Evangelista

Falando nele, para o site Banda Desenhada Leo Cavalcanti escolheu alguns álbuns essenciais em sua formação: cítara indiana, violão espanhol, pop britânico, xote brasileiro, jazz americano, grande seleção, abaixo.


Ravi Shankar – The Sounds of India (1968)


Paco de Lucia – Almoraima (1976)


O Álbum Branco dos Beatles (1968)


Jackson do Pandeiro – Sua Majestade, O Rei do Ritmo (1959)


Chet Baker Sings (1956)


sombra dá no pé, soleira da samambaia
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Sábado passado no Teatro da Vila, show de pré-lançamento do álbum Taxi Ímã, de Pipo Pegoraro. Momento acima registrado no celular, linda canção de Pipo e Kika Carvalho, “Samambaia”, rodopio de saia em câmera lenta, balanço das frondes, balada íntima de amor. Pipo na guitarra e voz, com Mauricio Fleury, piano, Marcelo Dworecki, baixo, Décio 7, bateria, Daniel Gralha, trompete, e Dougbone, trombone.


MarginalS + Criolo + Lurdez da Luz
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Em abril último, no Oi Futuro Ipanema, Rio de Janeiro, o groove mágico do MarginalS com performance soltando faísca de Lurdez e Criolo. Em São Paulo, o trio e os dois rimadores se apresentam novamente juntos em setembro, na Casa de Francisca. Essa é pra quem desacreditou do meu rolê: a faixa no play acima é “Cerol”, uma das melhores do Criolo, do DVD ao vivo que gravou em 2008, então ainda Doido, aqui com intervenção inspirada de Lurdez.


No aniversário de um ano, o álbum do MarginalS
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Hoje à noite, na Serralheria, acontece o quinquagésimo sétimo show do MarginalS. Não só, é o aniversário de um ano da banda, e, não apenas, a apresentação é especial de lançamento do primeiro CD.

O trio, de jazz e além, tudo que couber no improviso e inspiração, é formado por Thiago França na flauta, sax tenor e EWI, Marcelo Cabral no contrabaixo acústico e Tony Gordin na bateria, improvisação pura, criação espontânea, simbiose humana e musical.

Cabral, claro, produziu os discos da Lurdez e do Criolo, Thiago toca com Criolo, Kiko Dinucci, Romulo Fróes (e no Sambanzo) etc e Tony é irmão do guitarrista Lanny Gordin. Os três juntos tem tocado todas as terças na Matilha Cultural. Em setembro, tocam com Lurdez e Criolo na Casa de Francisca.

Se há pouco mais de um ano eu escrevia na Folha Ilustrada que a cena de jazz em São Paulo andava muito interessante e prestes a criar seus novos clássicos, eu nem sabia mas estava falando disso: formação novíssima, o MarginalS dá um passo além com as ideias de interação musical, derrubando as paredes entre clichês do jás ou qualquer música, instrumental ou não.

Criando tudo 100% no momento, buscando a expressão máxima de cada situação, atacando de frente ou observando de longe os temas que se revelam pelo caminho, os MarginalS se inventam na hora, toda hora, entre o groove e o spiritual, pegada e tranquilidade, abstrato e concreto, literal e figurativo, raciocínio e sensação, além de adjetivos e verbos.

O show hoje é às 23h. O álbum foi produzido pela própria banda e o CD estará à venda por R$10.


Fôlego
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A voz de Filipe Catto é impressionante.

Não só por sua interpretação intensa como também pelo timbre raro – um contratenor, como notei quando escrevi este texto sobre ele na Folha Ilustrada, há pouco mais de um ano, quando era um recém-chegado do Rio Grande do Sul com um EP gravado.

Agora, com 23 anos, Filipe está lançando seu primeiro álbum, Fôlego, pela major Universal, saindo em setembro, mais um pra lista de 2011.

Produzido pelo multiinstrumentista e leãozinho Dadi, com sonoridade acústica de piano, bandolim, contrabaixo acústico e mais a guitarra de Guilherme Held, Filipe canta histórias e canções por climas e estilos, blues, fado, cabaré, drama de samba-canção, emoção derramada velha e nova, interpretada e real, atemporal.

Compositor, em seu disco canta ainda versão de “Dia perfeito”, dos conterrâneos de Porto Alegre da Cachorro Grande, imagina.

Filmado por Nina Cavalcanti, Eugênio Vieira e Pedro Palhares, no play acima o primeiro vídeo do disco novo, “Adoração”, faixa de abertura do primeiro álbum de Filipe Catto.


O documentário do disco novo de Siba
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Caio Jobim e Pablo Francischelli fizeram a série Pelas Tabelas, exibida pelo Canal Brasil, e são hoje os homens por trás da produtora DobleChapa.

Estão com um projeto saindo do forno: documentário sobre Siba e seu disco novo, produzido por Fernando Catatau, do Cidadão Instigado.

É a volta de Siba à guitarra, que não tocava desde os tempos de Mestre Ambrósio nos anos 90, e seu primeiro álbum solo depois dos discos pela última década com a Fuloresta – e desde sempre, na verdade.

Dá pra sentir um primeiro gostinho vendo essa versão de “Alados”, originalmente gravada no disco com a Fuloresta e aqui com o Cidadão Instigado, encontro de Siba e Catatau no piloto do Programa Compacto, do qual fiz a curadoria em 2010.

Foto acima, de Priscilla Buhr, Siba já na guitarra com a Fuloresta no carnaval de Nazaré da Mata em 2010, daqui.

Em entrevista ao site Banda Desenhada, Caio e Pablo contaram mais sobre o processo de feitura do disco de Siba e da documentação que fizeram. Por aqui ou trecho logo abaixo:

PF – Atualmente estamos com quatro projetos: O primeiro é um documentário, longa-metragem, com o Siba. Pode-se dizer que é um desdobramento do “Pelas Tabelas”. A nossa relação com ele se iniciou lá, quando participou da primeira temporada. E já nesse programa ele falava de uma vontade de fazer um trabalho diferente do que vinha fazendo com a Fuloresta [grupo formado por músicos tradicionais de Nazaré da Mata, PE]. Isso despertou nossa curiosidade e quando retomamos contato ano passado, ele nos falou do projeto que estava desenvolvendo: um disco voltado para a guitarra, com o Fernando Catatau produzindo. Nós conversamos e propomos documentar este trabalho. E foi o que efetivamente fizemos.

CJ – Documentamos todas as fases. No primeiro momento filmamos o Siba em Recife, para depois documentarmos todo o processo de gravação do disco, que só se encerrará quando o trabalho for levado para o palco. O filme se passa em vários lugares: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Nazaré da Mata, Agreste pernambucano…

PF – E o projeto inicial que era documentar a gravação do disco tomou uma proporção maior, porque se trata de um álbum, como ele mesmo fala, de ruptura. É uma espécie de volta… O Siba começou tocando guitarra, integrou o Mestre Ambrósio, depois veio a Fuloresta e agora retoma a guitarra. Então, durante as filmagens, despontaram vários assuntos, incluindo aí o retrospecto de sua carreira e as indagações pertinentes ao rompimento com um gênero e com um modelo que o vinculava demasiadamente à música tradicional. Surgiram então os questionamentos do que é tradição e o que não é. E o Siba faz uma análise muito própria a respeito do seu trabalho, do seu fazer artístico. Ele é um músico peculiar, capaz de transitar pelo maracatu, pela ciranda e pelo rock com a mesma naturalidade.

CJ – E era vontade do Siba ter um documento audiovisual em que se aprofundassem todas essas questões estéticas que surgiram durante o processo de gravação do álbum. Durante muito tempo ele foi associado à música tradicional, sendo que o Mestre Ambrósio era uma das bandas mais importantes do mangue beat, ao lado do Chico Science & Nação Zumbi e o Mundo Livre S/A. Só que, por eles empunharem a rabeca e outros instrumentos ligados à música regional, acabaram sendo rotulados. Depois, esta questão se agravou ainda mais, quando ele se envolveu mais profundamente com a ciranda e o maracatu. Só que a grande busca do Siba enquanto artista não era ficar olhando para o passado, e sim pegar aquilo tudo e olhar para frente. Este álbum acabou se tornando então uma síntese de todas as suas experiências. O Siba não é um guitarrista, como ele mesmo diz, mas é através da guitarra que ele expressa a sua musicalidade.

Estamos agora no processo de montagem e devemos lançar em breve uma versão curta para Internet. A versão longa metragem ficará para o final de 2011. Estamos com a ideia de realizar uma distribuição diferente.


Cadê você, que não voltou pra me fazer…
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No play acima, o encontro de Odair José, Pitty e Cidadão Instigado no prêmio Multishow, nesta última terça à noite, no Rio de Janeiro, tocando pot-pourri de hits do Odair de “Vou tirar você desse lugar” e “Uma vida só” a “Me adora”, da Pitty. Atenção para o momento precioso, participação de Rogério Flausino cantando junto na plateia, aos 3:17 do vídeo. Ba-dum-tsss.


Bixiga 70 nas terças do Berlin em setembro
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Não há nada melhor pra uma banda – especialmente instrumental – do que uma temporada, oportunidade de esquentar as juntas, azeitar interações, testar ideias coletivamente e em público. O Berlin, na Barra Funda, com sua climática luz vermelha e estiloso papel de parede, é lugar para apresentações sem tela de proteção ou rede de segurança, relação direta com som, ambiente, público. Vai ser legal ver temporada da big band paulistana de afrobeat e além Bixiga 70 nas tradicionais terças de jazz do clube, dez músicos naquela pista, baile total, durante todo setembro, com convidados como Bruno Morais, Pipo Pegoraro, Bruno Buarque, Kiko Dinucci, Arícia Mess, Anelis Assumpção. Na sequência vem boa novidade da banda: em outubro sai o primeiro single, compacto em vinil 7″ de “Tema di Malaika” b/w dub de Victor Rice.