Blog do Ronaldo Evangelista

Arquivo : Inezita Barroso

O Brasil de Inezita Barroso
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Ronaldo Evangelista

E essa caixa da Inezita? Dois dez polegadas e cinco LPs iniciais lançados pela Copacabana, entre 1955 e 1961, compilados em seis CDs. Lindo – a se lamentar só a ausência das essenciais “Azulão” e “Modinha”, de Jayme Ovalle e Manuel Bandeira, e “Viola quebrada”, de Mário de Andrade, limadas por desacordo com os herdeiros dos versadores famosos. Bem, mais motivo para ir atrás dos vinis originais. De resto, por todos os discos (e na verdade até hoje), a poderosa voz de Inezita e seu talento para encontrar composições são impressionantes, fontes inesgotáveis de alegria.


Goma-Laca, Volume I
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Ronaldo Evangelista

Em apresentação única, hoje às 19h no Centro Cultural São Paulo, o quinteto Sambanzo e convidados especiais reinventam achados do precioso acervo de 78 rotações da Discoteca Pública Municipal, criada por Mário de Andrade em 1935 e até hoje fantástico centro de pesquisas, infinito universo de coisas bonitas.

Investigando sonoridades afrobrasileiras de gravações dos anos 30, 40 e 50, de macumbas estilizadas a antigos cantos de trabalho, o Sambanzo cria grooves de combustão espontânea, com Thiago França no saxofone e flauta, Kiko Dinucci na guitarra, Marcelo Cabral no contrabaixo, Welington Moreira (Pimpa) na bateria e Samba Sam na percussão, recebendo seis diferentes cantores e rimadores acrescentando pontos de vista ao repertório.

Emicida relê Moreira da Silva. Luisa Maita faz versões ultracool de Trio de Ouro e Denis Brean. Bruno Morais latiniza Aracy de Almeida e Grupo X. Juçara Marçal canta Ogum no afrobeat e incorpora o transe no terreiro Iorubá do Jorge da Silva. Rodrigo Brandão encontra Zé Fechado e conecta ritmo e poesia e Ary Barroso. Marcelo Pretto faz festa pra Pixinguinha e adapta Inezita Barroso. O próprio Sambanzo encontra origens em J.B. de Carvalho e a música mostra que existe em todas as épocas ao mesmo tempo.

Parte da série Goma-Laca, que envolve também programa radiofônico, exposição dos 78s originais e pequena homenagem à Oneyda Alvarenga, primeira diretora da Discoteca e que hoje lhe empresta o nome. Noite única, só santo forte, sábado em 78 por minuto.


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