Blog do Ronaldo Evangelista

Arquivo : Thaís Gulin

Melhores de 2011: Mariana Aydar
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Ronaldo Evangelista

Gui Amabis – Memórias Luso/Africanas
Thais Gulin – ôÔÔôôÔôÔ
Chico Buarque – Chico
Pedro Santos – Krishnanda (1968)
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Em 2011 Mariana Aydar lançou Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo.
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Mais melhores de 2011 por aqui.


pop-eye
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Ronaldo Evangelista

Enquanto tudo isso, o mundo continua girando e tudo isso aconteceu.

§ Emicida lançou EP novo, Doozicabraba e a Revolução Silenciosa, gravado em SP e NY com apoio do Creators Project, da Intel. A foto que ilustra o post é do show de lançamento, no Pavilhão da Bienal, último fim de semana.

§ Segundo o irmão e produtor do Emicida, Fióti, em 24 horas o EP teve 70 mil audições, e, segundo os beatmakers K-Salaam & Beatnick, em dois dias já passou dos 30 mil downloads.

§ Criolo vai participar do festival Planeta Terra, em novembro. Semana passada ele apareceu na TV Folha, foi dar entrevista no programa de rádio da Patricia Palumbo e fazer showzinho e trocar ideia no programa de tv-de-internet da Lorena Calábria.

§ Em entrevista a Gabriela Alcântara, Curumin comenta que seu disco novo está pronto, com participações de RussoPassaPusso e Céu e um arranjo de Gui Amabis. O plano é lançar ainda esse ano.

§ O clipe de “Ziriguidum”, da Lurdez da Luz, está no forno.

§ O Elo da Corrente estreou cinematográfico vídeo novo, com participação de vinil da Orquestra Afro-Brasileira.

§ A TPM publicou perfil massa de Flora Matos.

§ Depois do discurso-ode às partes íntimas femininas protagonizado por Tom Zé no Rio, de volta em casa ele executa o ritual de lavagem das calcinhas.

§ Pedro Alexandre Sanches entrevistou Alcione, em partes um e dois.

§ Six entrevistou Guilherme Arantes, no Uol Música.

§ Clipe novo de Zé Ramalho, cantando George Harrison em forró, de disco de versões de Beatles que lança em breve.

§ Filipe Catto e Cida Moreira cantam “Back to black” de Amy Winehouse, um ano atrás.

§ “La liberación“, faixa-título do novo do CSS.

§ Segundo a Polysom, a venda de vinis nos EUA subiu 41,2% no primeiro semestre e na Inglaterra 55%, em relação ao mesmo período no ano passado.

§ O CD e o DVD de Caetano Veloso e Maria Gadú venderam 142 mil cópias: 90 mil o CD, 52 mil o DVD. Nos parâmetros de hoje da indústria, o DVD e CD (duplo) já são disco de platina.

§ O Itaú Cultural vai assumir a gestão do Auditório Ibirapuera por cinco anos em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, escolhido em edital.

§ Este mês a Bohemia lança o projeto Gran Momentos e patrocina alguns shows gratuitos em praças e bares com “o melhor da MPB em São Paulo”: Céu, Marcelo Jeneci, Tulipa, Mariana Aydar etc.

§ Tulipa, Lucas Santtana e Do Amor tocam no Niceto Club, em Buenos Aires, Argentina, dia 15 de setembro.

§ Do meio de agosto ao fim de setembro, Luisa Maita faz turnê de mais de 20 datas pelos Estados Unidos.

§ Thais Gulin canta no Tom Jazz, em São Paulo, próximo dia 18 de agosto.

§ Domingo agora acontece feira de vinis organizada pela Locomotiva Discos, no Puri Bar.

§ Sergio Mallandro 2011: rapper.


Falando sobre Chico Buarque no Metrópolis
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Ronaldo Evangelista

Sexta passada fiz uma aparição ao vivo no programa Metrópolis, convidado a dar meus dois centavos de opinião sobre Chico, disco novo do Buarque. Eu e Cadão conversamos sobre vontade de novidade, novas rimas para o mundo, colocação de vida pessoal na arte, o antagonismo milenar de Chico e Caetano e comentamos os comentários de Marcus Preto, que disse algo do efeito de “Chico Buarque fazer disco ruim é bom para a nova geração, que faz discos ótimos”. Mas, ao invés de falarmos de Tulipa, proponho essa: Chico não carrega algumas coincidências com Toque Dela, recente álbum de Marcelo Camelo? Essa e outras ideias, oito minutos de papo, play acima.


Faixa a faixa: Chico 2011
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Ronaldo Evangelista

Para a Folha Ilustrada de hoje, capa sobre disco novo de Chico Buarque, escrevi breve descrição/comentário faixa a faixa de Chico, álbum aproximadamente décimo-nono do compositor e cantor. Teasers de internet, a perda da inocência sobre comentários de internet, disco de literatura, canções melancólias – entre tudo que vi comentado por aí, o menos alardeado me parece o principal: é um disco de amor. Mais: disco de novo amor. Tipo festa sem fim.

Querido diário
Toada levada por viola caipira e arranjo de cordas e com o já inesquecível verso sobre “amar uma mulher sem orifício”. Outro: “não quebro porque sou macio”.

Rubato
Chico no Círculo de confiança, zona de conforto, parceria com o contrabaixista Jorge Helder. Letra sobre canção de amor roubada para Aurora, Amora e Teodora e arranjo com grande naipe de sopros.

Essa pequena
“Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora”, canta Chico. Ele, conta “cada segunda que se esvai”. Ela, “esbanja suas horas ao vento”. Canção de amor que conclui: “o blues já valeu a pena”.

Tipo um baião
O eu-lírico já questiona: outra história de amor a essa hora? Mas, afinal, “você tipo me adora”. Então, para quem “ignora o baião”, canta esse “tipo um baião do Gonzaga”.

Se eu soubesse
Em dueto com a suposta jovem namorada de cabelos cor de abóbora Thais Gulin, a valsa-choro “Se eu soubesse” foi gravada também por ela em seu recente disco “Ôôôôôôôô”.

Sem você 2
De mesmo título de canção de Tom com Vinicius do fim dos anos 50, é levada sem bateria e com andamento lento. Chico classicista da canção, mais próximo do velho Tom do que do jovem Chico.

Sou eu
Parceria com Ivan Lins, cantada por Chico e o baterista e sambista Wilson das Neves, também já gravada por Diogo Nogueira. A letra, sobre mulher que bamboleia no salão.

Nina
Valsa “meio russa”, segundo o autor, com as rimas mapa/rapta e toca/vodca. Com a nova personagem, título, para o rol do compositor. A primeira música composta para o álbum depois da temporada como escritor.

Barafunda
Sambinha fazendo crônicas da memória, “antes que o esquecimento baixe seu manto”. Glorinha ou Maristela? Soraia ou Anabela? Seja como for, a conclusão: “a vida é bela”.

Sinhá
Parceria com João Bosco, que participa com seu balanço de violão e contracanto. É o “conto de um cantor com voz do Pelourinho” que chora em iorubá mas ora por Jesus.


Chico, 2011
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Ronaldo Evangelista

Com o tempo a voz de Chico Buarque ganhou um gosto de tempo, um certo gasto que pode ser lido como fragilidade, mas é mais uma força de aproximar-se da naturalidade de experiência de vida de seus personagens. Em todo um ar de deboche francês, também apurado parece o senso de humor. Claro, timidez etc. Mas não vá dizer que não tem um gosto pelo sarro em todo Chico. Sem a malícia os olhos verdes não seriam os mesmos.

Sua feitura de letras segue uma transição de buscas por achados poéticos virtuosisticamente simples para um gosto mais de crônica musicada, em busca da fluência casual – daí o gosto por valsas e blues, que o compositor diz serem elementos presentes em seu novo disco, chamado puramente Chico, em existência física a partir de 22 de julho, pela gravadora Biscoito Fino.

Justamente neste domingo Chico completou 67 anos, feliz aniversário, e se vejo comumente seu som recente – leia-se Carioca, 2006 – ser chamado de careta (muito pelas características típicas de há tanto tempo, elementos como bateria ultramicrofonada, solo de sax, teclados, baixo de cinco cordas), a questão é mais que Chico segue um exercício de compilar composições recentes a cada número de anos e gravá-las e lançá-las, o que é mais do que se pode dizer de muitos e é suficiente por si só. E especialmente para um artista com frequente público interessado, como o é Chico.

Mil pessoas, até às 19h, segundo a assessoria da Biscoito Fino, ouviram nessa segunda a primeira música do que antes se chamava “de trabalho”, o primeiro single ou, no caso, o primeiro mp3, “Querido Diário”, em esquema de pré-compra do álbum e senha para o áudio da primeira faixa, exclusiva. A intimidade com a internet segue até o lançamento do CD no mundo real, com vídeos (feitos pelo carioca Bruno Natal) de momentos dos bastidores da gravação, com projeto e site chamados, bem, Bastidores. Pra seguir diariamente, por aqui.

§A foto é do URBe.
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Uma música do novo Chico é “Se eu soubesse”, dueto também recentemente no disco de Thaís Gulin.


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