Música em quadrinhos
uol
Com narrativa inspirada em histórias em quadrinhos, Arrigo Barnabé chegou 1979 com umas ideias bem doudas no I Festival Universitário da Música Brasileira: música de vanguarda colorida e tropical, progressista e debochada, caótica e ordenada, negativo da fotografia do groove, pós-Duprat e pós-Stockhausen, o estranhamento como casualidade. ''Infortúnio'' e ''Diversões eletrônicas'' (inspirada tortamente em Orestes Barbosa) – de ''Já ganhou!'' a ''Fora!''.
Uma galera no palco para um acontecimento (não só) musical, incluindo Itamar Assumpção no baixo, Bocato no trombone, Paulinho Barnabé (irmão de Arrigo e depois fundador da Patife Band) na bateria, Klaus Petersen (do Premê) e Suzana Salles (hoje com Tom Zé) nas vozes, entre um monte de gente. ''O que me influencia mais que música é quadrinhos'', diz Arrigo, citando Will Eisner, Robert Crumb, Homem-Aranha e Luiz Gê. Ou seja: uma coisa ''plástica, com muito ritmo''.
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Aproveitamento máximo da sua atenção é uma raridade no rádio, daí o alta recomendação ao ótimo programa Supertônica, de Arrigo, no ar há anos, escondido na programação da Cultura Brasil. Sempre excelente de ouvir do começo ao fim, inteligente, com edição brilhante e silêncios valorizados, pelo arquivo dá pra encontrar conversas com Laerte, Tom Zé, Egberto Gismonti, Marlui Miranda, Céu, Bruno Morais, Leo Cavalcanti, Zé do Caixão.
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