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Marisa Monte, ainda bem
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Ronaldo Evangelista

Quarta-feira, 14 de setembro, está oficialmente pré-lançado o oitavo álbum de Marisa Monte – título ainda em segredo -, com a música “Ainda bem”.

Composição de Marisa com Arnaldo Antunes, canção simples de poética light, rimando coração e solidão, melodia romântica e letra de amor ideal. Gravação limpa, balada com clima de faroeste argentino, banda juntando Dadi, Gustavo Santaolalla e Nação Zumbi, radar da cantora afiado como de hábito.

O lançamento foi pelo YouTube, ferramenta universal de streaming com embed fácil, espalhado pelo site oficial, algumas dezenas de milhares de plays no primeiro dia.

Toda interativa, nenhuma marinheira de primeira viagem de internet, Marisa anda respondendo algumas perguntas pelo Formspring. Contou, por exemplo, sobre a música nova:

‘Ainda bem’ foi uma das primeiras composições dessa nova leva.

Eu fiz a melodia e durante muitos dias fiquei cantando com o violão sozinha em casa, sem letra mas com algumas palavras que já nasceram junto com a música: “ainda bem que agora encontrei você…”.

Alguns dias depois o Arnaldo veio aqui em casa, nos sentamos na varanda, eu mostrei pra ele e a letra fluiu.
Começamos a gravação, eu e Dadi aqui em casa. Violões, tom e andamento.

Depois disso gravei a base em São Paulo, com o power trio do Nação Zumbi (Pupilo, Dengue e Lucio Maia). Eles deram à música um sabor meio faroeste italiano.

Poucos meses depois fui a LA gravar no estúdio do meu amigo Gustavo Santaolalla. Pedi que ele tocasse violão e ronroco, suas especialidades e seu parceiro Anibal Kerpel acrescentou uns teclados.

Pra completar, de volta ao Rio, gravamos o trompete meio mariachi com o Maico Lopes.

“Ainda Bem”
(Marisa Monte/Arnaldo Antunes)

Bateria e reco-reco: Pupillo
Baixo: Dengue
Guitarra: Lucio Maia
Guitarra pignose e violão de nylon: Dadi
Violão de nylon e vocal: Marisa Monte
Teclado: Aníbal Kerpel
Ronroco ,violão de nylon: Gustavo Santaolalla
Trumpete: Maico Lopes


Gui Amabis comenta Memórias Luso/Africanas
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Ronaldo Evangelista


Para fazer seu primeiro disco solo, depois do Sonantes e várias trilhas, Gui Amabis mergulhou na inspiração de seus próprios antepassados, buscou o capricho de sons costurados com intimidade e convocou participações de Criolo, Tulipa, Lucas Santtana, Céu, Tiganá e mais um monte de gente legal para construir uma história de passado e tradição.

Apuro de produção, riqueza de detalhes, belas imagens poéticas, canções que fluem como causos com andamento de natureza, álbum que você pode ouvir todo pelo site, Memórias Luso/Africanas.

Hoje, terça-feira, Gui Amabis se apresenta no Sesc Pompeia, Prata da Casa, grátis, 20h, com convidados. Aproveitando a oportunidade e curioso com os mares navegados pelos sons do disco, pedi a ele um comentário faixa-a-faixa, logo abaixo.

DOIS INIMIGOS (com Thiago França)

A melodia inspirada no norte da áfrica serve de base para a letra que trata de um amor mestiço e inimigo, e do resultado disso.

ORQUÍDEA RUIVA (com Criolo, Sinhá e Régis Damasceno)

É praticamente um rock árabe. A música portuguesa tem essa origem por conta da invasão moura que durou aproximadamente 800 anos. Nesta cama Criolo destilou sua poesia sobre um amor etéreo e eterno.

SAL E AMOR (com Tulipa, Céu e Curumin)

Não quis ser totalmente literal, então tomei a liberdade de introduzir sons familiares a mim e fora do “tema” do disco. Neste caso uma pitada do Caribe, uma paixão musical.

SWELL (com Céu, Dengue e Samuel Fraga)

Certo dia pensando na travessia atlântica me peguei pensando em me transformar em água, e como esta faria este trajeto. Tentei passar isso através do arranjo e letra.

AO MAR (com Tulipa e Curumin)

Na mesma onda sonora de “Sal e Amor” trata do amor imigrante. Do homem que cruza um oceano deixando seu amor na terra natal, mas mesmo assim não perde o sentido e o sorriso.

DOCE DEMORA (com Céu, Siba, Dengue e Maurício alves)

Musicalmente a que melhor retrata a junção da música portuguesa e africana, essa quase “morna” (Gênero musical Caboverdeano) homenageia minha filha e o ciclo da vida no planeta.

O DEUS QUE DEVASTA MAS TAMBÉM CURA (com Lucas Santtana, Dengue e Samuel Fraga)

Uma valsa densa que retrata a saga de uma fuga. A minha preferida do disco. Letra inspiradíssima de Lucas Santtana.

IMIGRANTES (com Tiganá, Céu, Rodrigo Campos e Thiago França)

Um lamento sobre o pós-guerra.

PARA MULATU (com Criolo, Marcelo Cabral e Maurício Alves)

Homenagem ao músico Etíope Mulatu Astatke, novamente o tema do amor mestiço na poesia de Criolo.

FIM DE TARDE (com Céu)

O nome já diz tudo…


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