Blog do Ronaldo Evangelista

Categoria : Play

MarginalS + Thomas Rohrer
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Ronaldo Evangelista

MARGINALS + THOMAS ROHRER by MARGINALS

Em 2011 o MarginalS lançou seu ótimo CD de estreia, mas talvez seu grande álbum do ano tenha sido essa apresentação do trio ao lado do rabequista suiço radicado no Brasil Thomas Rohrer, no dia 23 de fevereiro no espaço +Soma.

É sempre fascinante ouvir o saxofonista Thiago França, o baterista Tony Gordin e o baixista Marcelo Cabral recebendo convidados, cúmplices voluntários da criação espontânea que praticam – e com Thomas algo especial aconteceu: transe em texturas, grooves hipnóticos, camadas de ideias se completando em tempo real, belezas que nascem no limite das possibilidades.

Se não saiu fisicamente (pelo menos ainda não, mas sonho com uma edição em vinil), dá pra ouvir inteiro pelo Soundcloud da banda, play acima, e dois momentos filmados pelo Matias aqui. Foto, Eugênio Vieira.


Mix: Raízes
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Ronaldo Evangelista

Legal esse mix do dejota americano baseado no Rio Maga Bo, só ritmos e brasilidades roots: capoeira, coco, samba de roda, jongo, maculelê. Capa, playlist e link logo abaixo, daqui.

Clementina de Jesus/Tia Doca/Geraldo Filme – Canto II
Mestre Salustiano – Coco de Manoel
Cila do Coco e Seus Pupilos – Coco do Pneu
Samba de Coco Raízes de Arcoverde – Godê Pavão
Beija Flor e Treme Terra – Repente Alagoano
Samba de Roda do Recôncavo Bahiano (gravação de campo)
Boi Paz do Brasil da Sociedade Junina Turma de São João Batista – Percussão
Capoeira Mestre Suassuna – Maculelê
Mestre Morães – Levanta a Saia Lá Vem a Maré
Samara Capoeira – Samba Reggae
Olodum – Eu Não Sou o Primeiro
Ilê Ayê – O Mais Belo dos Belos
Luma & Só do Samba – Princesa Isabel
Jongo do Quilombo São José, Rio de Janeiro (gravação de campo)

Baixe aqui.


levante bem seus olhos você tem que ver
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Pra fazer seu single novo, Bruno Morais foi direto na veia: versão repensada de uma das melhores de Erasmo Carlos, “Sorriso dela” (originalmente do lindo LP Sonhos e Memórias, 1972), regravada com arranjo e acompanhamento do Bixiga 70 e lançada em compacto de vinil 45 rotações. Do outro lado, bela parceria nova com Guilherme Held, “Ela e os raios”, registrada com um little help de Marcelo Callado (do Do Amor), Guizado, Emiliano Sampaio, Kiko Dinucci, Régis Damasceno.

Junto no embalo do pacote vinil, também saindo o álbum A Vontade Superstar e o single anterior de Bruno, com versões de Romulo Fróes e Lulina. Festa de lançamento acontece hoje, quarta, no Beco 203, rua Augusta 609. O single com “Sorriso dela” e “Ela e os raios” você baixa aqui.


Elefantes na Rua Nova
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Três violas dinâmicas com afinações diferentes, um violão baixo e percussões como bombo, pandeiro e ganzá, tocando temas instrumentais inspirados em toques de viola, rojão, baião, coco. Arranjos de pau e corda e pedais no ótimo álbum “Elefantes na Rua Nova“, do recifense Caçapa, legal em instrumentos, ritmos, timbres, ideias.


Goma-Laca, Volume I
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Em apresentação única, hoje às 19h no Centro Cultural São Paulo, o quinteto Sambanzo e convidados especiais reinventam achados do precioso acervo de 78 rotações da Discoteca Pública Municipal, criada por Mário de Andrade em 1935 e até hoje fantástico centro de pesquisas, infinito universo de coisas bonitas.

Investigando sonoridades afrobrasileiras de gravações dos anos 30, 40 e 50, de macumbas estilizadas a antigos cantos de trabalho, o Sambanzo cria grooves de combustão espontânea, com Thiago França no saxofone e flauta, Kiko Dinucci na guitarra, Marcelo Cabral no contrabaixo, Welington Moreira (Pimpa) na bateria e Samba Sam na percussão, recebendo seis diferentes cantores e rimadores acrescentando pontos de vista ao repertório.

Emicida relê Moreira da Silva. Luisa Maita faz versões ultracool de Trio de Ouro e Denis Brean. Bruno Morais latiniza Aracy de Almeida e Grupo X. Juçara Marçal canta Ogum no afrobeat e incorpora o transe no terreiro Iorubá do Jorge da Silva. Rodrigo Brandão encontra Zé Fechado e conecta ritmo e poesia e Ary Barroso. Marcelo Pretto faz festa pra Pixinguinha e adapta Inezita Barroso. O próprio Sambanzo encontra origens em J.B. de Carvalho e a música mostra que existe em todas as épocas ao mesmo tempo.

Parte da série Goma-Laca, que envolve também programa radiofônico, exposição dos 78s originais e pequena homenagem à Oneyda Alvarenga, primeira diretora da Discoteca e que hoje lhe empresta o nome. Noite única, só santo forte, sábado em 78 por minuto.


Bixiga 70, o álbum
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Ronaldo Evangelista

Saiu ontem online e chega em LP logo menos. A impressionante ilustração de capa é do MZK e o som foi co-produzido e mixado pelo Victor Rice.

Com quatro sopros, duas percussões, guitarra, piano elétrico, baixo, bateria, os dez músicos de São Paulo desenham um universo sonoro particular de solos jazzísticos, groove hipnótico, timbres especiais, temas autorais inspirados e uma pérola preciosa de Pedro Santos, do disco afroespiritual Krishnanda.

África é só pra começar o assunto: pelas sete faixas, além da paixão pela música de Gana, Nigéria e Etiópia, ficam claras as inclinações brasileiras, sensibilidade dub, levadas funk, particularidades de arranjo, apreço pelas harmonias bem encontradas e a existência única do Bixiga 70 como uma banda com sua própria assinatura.

Está ouvindo falar e ficou curioso? Só dar play e confirmar as expectativas.

Ouça, baixe, procure saber por aqui. Show hoje no bairro em que a banda nasceu e que lhe dá nome, mais informações por aqui.


se eu tenho tanto a perder eu perco é o medo
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Ronaldo Evangelista

O que se quer“, forrozinho simpático, parceria de Marisa Monte com Rodrigo Amarante, é belo momento do recém-lançado disco novo da cantora, com ele cantando junto e tocando quase tudo. Faixa-a-faixa de todo o álbum você lê por aqui, e logo acima no play o dueto, sobre o qual ela contou mais por aqui e trecho abaixo:

A música que eu me lembro de ter feito durante o processo foi consequência da minha passagem por Los Angeles, quando encontrei o Rodrigo Amarante. Eu nunca tinha feito nada com ele, mas existia uma vontade mútua. Um dia a gente se encontrou no estúdio porque a gente gravou uma música para o último Red Hot + Rio, “Nu com a minha música”, de Caetano Veloso e Devendra Banhart. Durante esse tempo em que a gente estava no estúdio, pintou a ideia de uma música. Ela já veio com algumas palavras, uma coisa que a gente fez junto na hora, já com alguns pedacinhos de letra. Depois, ele continuou sozinho. Quando ele veio ao Rio, ele trouxe o que ele tinha feito. Aí, demos aquela arredondada e eu achei que ela tinha a ver com o resto do disco todo. Ela fala sobre saber o que se quer e sobre pagar o preço do que se quer, mesmo parecendo loucura para todo mundo em volta. A música é na primeira pessoa e ela diz: “Vá, pode falar, pode escrever, eu vou me entregar”. É sobre o reconhecimento e a conquista do desejo.