Blog do Ronaldo Evangelista

Arquivo : setembro 2011

Os vinis novos de Seu Jorge e Almaz
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Ronaldo Evangelista

Dentro da série What’s In My Bag?, que o pessoal da loja de discos americana Amoeba faz com gente legal que passa por lá, Seu Jorge apareceu em Hollywood com o Almaz e escolheram alguns vinis, que mostraram pra câmera no play acima. Rolou bom gosto: Lúcio aumenta o repertório de guitarras com munheca com a compilação Legends of Benin e um álbum do Funk Inc, Pupillo expande a consciência e leva um Sun Ra, Seu Jorge assume o flautista vai de Hemerto Pascoal e Eric Dolphy.


Pernambuco Psicodélico
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Paêbiru, de 75, de Lula Côrtes e Zé Ramalho, e No Sub Reino dos Metazoários, de 73, de Marconi Notaro, estão entre os mais raros dos mais raros vinis de música brasileira procurados e negociados em sebos, pela internet etc.

Não à tôa. Já foram lançados originalmente com poucas cópias, e a maioria destas se perdeu.

Mais importante, são discos absolutamente únicos, globais, ultramodernos, grooves psicodélicos, gosto regional próprio. Toda a cena musical do nordeste nos anos 70 hoje em dia soa impossivelmente contemporânea – conceitual e musicalmente.

Flaviola e o Bando do Sol, de 74, é outro destes álbuns cult, lançado na época pelo pequeno selo Solar.

E nenhum segredo é o disco de estreia em dupla de Geraldo Azevedo e Alceu Valença, lançado pela Copacabana em 72, sabida maravilha.

Juntando faixas de todos estes álbuns, mais o obscuro conjunto The Gentlemen, artistas pernambucanos dos sertões à beira de Olinda-á, encontros de folk rock e agreste árabe, a coletânea Psychedelic Pernambuco acaba de sair em vinil duplo pela gravadora inglesa Mr Bongo.

No play, teaser das 19 faixas da compilação.

O universo do nordeste cool, a redescoberta do groove do norte. O Guardian e o Telegraph estão de olho.

Por aqui as pistas estão surgindo, daqui a pouco certamente em maior escala. O LP da Mr Bongo, só importado. Os discos originais, claro, fora de catálogo há tempos.


Tulipa e Karina em vinil
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Em prensagem gringa e edição da Vinyl Land, de Belo Horizonte, dois álbuns essenciais da nossa música moderna acabam de ganhar versão em vinil: Efêmera, da Tulipa, e Eu Menti Pra Você, da Karina Buhr.

Você compra a princípio nos shows de cada uma delas, provavelmente em breve também em principais lojas e pelo site de ambas e da Vinyl Land.

A imagem, instagram, daqui.


despertador, apagador
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Até pra quem de repente já conhecia o trabalho de Karina Buhr – no Comadre Fulozinha ou no Teatro Oficina, por exemplo – seu primeiro disco foi uma surpresa: a musicalidade particular, a ótima banda, a poesia bonita e aguda, a intensidade das ideias e da performance. Agora, até pra quem de repente já conhece o primeiro disco de Karina, estou aqui esperando que seu segundo seja uma surpresa. Não demora: está no ar o vídeo da primeira música do novo álbum, filmado no Marrocos, dirigido e fotografado por Jorge Bispo, “Cara palavra“, Karina tirando o véu, play acima.

A banda, com Bruno Buarque na bateria, Mau Pregnolatto no baixo, Guizado no trompete, a dupla de guitarristas Fernando Catatau e Edgard Scandurra e agora com o tecladista André Lima (que tem tocado com Kassin e Mallu, entre outros). Com patrocínio da Natura (contemplado no edital nacional 2010, do qual participei da comissão de seleção), produzido por Karina com Bruno Buarque e Mau, o disco novo sai em outubro, shows de lançamento acontecem em novembro e dezembro.

Esquentando, na quarta-feira dia 14 de setembro Karina Buhr se apresenta no Studio SP, festa para lançar edição em vinil de seu primeiro álbum.


pensar meio junto diferente no mesmo assunto
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Correndo por fora, pequena grande obra-prima desse nosso 2011 está chegando em pouco: Taxi Ímã, de Pipo Pegoraro, groove tranquilo, suavidade bem cantada, letras de sonho, de céu, de rua, de jardim, de sorriso de namorada, maré de alegria, suave bonjour. Afro, dub, bossa, bolero, pop, arranjos de sopro, som de banda, nascimento do Bixiga 70, caixinha de música com solos de piano elétrico, flauta, trompete, charango, viola. Produzido por Pipo e Bruno Morais, participações de Emiliano Sampaio, Bruno Buarque, Kiko Dinucci, Gui Kastrup, Luisa Maita. No play, “Taxi ímã“, tira gosto, faixa-título e de abertura do álbum. O disco prensado e show de lançamento daqui um mês ou não muito mais. Sábado tem prévia no Teatro da Vila, pra lembrar.


nada contra hardcore mas hoje eu quero funk
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O disco que a Lurdez da Luz lançou há pouco mais de um ano é tão bom que continua rendendo: no ar essa semana o vídeo de “Ziriguidum”, com participação de Rodrigo Brandão, ou seja, encontro do Mamelo Sound System em boas companhias. Filmado à luz do sol, urbano e estiloso, derretendo sorvetes, Brandão de boombox, com voz baixa e rimas graves, Lurdez com as amigas, rimas bem mandadas e letra inspirada, som de trompete do Rob Mazurek, aparição dos Marginals na piscina, no orelhão, na rua.


Sambanzo tocando na Serralheria
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O impressionante quinteto Sambanzo, do saxtenorista Thiago França, com Kiko Dinucci na guitarra, Marcelo Cabral no baixo elétrico, Pimpa na bateria e Samba Sam na percussão, tem um conceito musical rico, pegada intensa que cruza figuras afrobaianas, jazz etíope, funk nigeriano. O disco vai ser de cair o queixo e deve sair ainda esse ano. Dando o gosto, nos vídeos acima tocam “Sino da igrejinha” e “Xangô“, ao vivo na Serralheria, filmado pelo Guito.